Quando soube que receberia Cordeluna para ler, fiquei parecendo criança com o brinquedo mais desejado que pudesse existir. Estava desejando o livro há muito tempo e confesso que imaginei que não fosse lê-lo tão cedo. Sorte que o meu pessimismo é menor do que a realidade e, quando menos imaginei, estava com a obra em mãos.

O século é XI, estamos na Espanha e vamos conhecer o nobre guerreiro Sancho, filho mais velho de uma grande família. Ele está disposto a seguir o seu senhor a todo custo. Seu pai o apoia em sua missão de ir, com dom Rodrigo, onde for preciso. Qualidade Sancho tem muitas e é um dos personagens que mais agradam o leitor.

Guiomar é uma bela sonhadora, acredita piamente no amor e nos benefícios que ele pode lhe proporcionar. Seu pai faleceu e desde então ela passa os seus dias com sua madrasta muito ciumenta e que esconde diversos segredos. A jovem donzela deseja um casamento em que o amor seja o centro, não o que as outras moças pensam e desejam. Ela não ambiciona riqueza, relacionamento de aparência e nem tampouco um homem para dizer à sociedade que o tem. Ela quer alguém que possa fazê-la sentir um sentimento verdadeiro e eterno.

Algo que não é nada inesperado acontece, claro, ambos se encontram. Alguns ousariam chamar de amor à primeira vista. Sancho se encantou por aquela imagem que viu e sentiu seu coração voando para junto daquela donzela que, até então, ele nunca tinha visto. Em contrapartida, Guiomar o observava como se fosse um arcanjo. Ninguém precisava dizer, mas, no fundo, ela sabia que ele era o homem que ela tanto sonhou.

Como nem tudo tem o seu lado perfeito, mil anos atrás essa história doce e envolvente de amor é interrompida por culpa de uma maldição. Esse poder foi tão grande e maligno que por diversas gerações conseguiu dominar os espíritos. E, acreditem se quiserem, os apaixonados eram “condenados” a esperar para reencontrar o amor, mas a consequência era apenas a ganância do ódio.

A obra não retrata apenas um romance com uma história medieval, ela é composta de fantasia, maldade, bruxaria, religião e tenho certeza que agradará diversos tipos de leitores. Élia envolveu diversos temas para cativar vários gostos. Sem contar que Cordeluna recebeu o prêmio de Edebé de Literatura Juvenil.

Como muitos já estão cansados de saber, não sou fã de romances. Pelo contrário, tenho até repúdio de livros melosos. Porém, o que me fez desejar esse livro é o diferencial que a autora conseguiu me passar apenas com a sinopse, um estilo medieval que logo cativa qualquer um. Fiquei mais curiosa ainda quando vi a capa e o cuidado da editora Biruta com a diagramação. Foi impossível não desejar ler até mesmo pela aparência. Há quem goste ou não, mas, sendo sincera, eu julgo pela capa.

A história foi ótima e a autora consegue envolver e prender o leitor, porém, fiquei desejando e esperando por mais livro, mais história, mais ação e, quando percebi, tinha chegado ao final sem ter esses “mais”. O fato é que o enredo é muito bem criado, mas ouso dizer que a estética do livro, no final, acabou por me arrebatar muito mais do que o seu conteúdo propriamente dito. Não foi uma leitura ruim, pelo contrário, foi uma leitura boa demais e me encantei por isso. Porém, acredito que me apaixonei mais pelo frasco do que pela fragrância.


Título: Cordeluna (exemplar cedido pela editora)
Autora: Élia Barceló
Editora: Biruta
Páginas:
310
Ano: 2011

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