O livro foi publicado em 2008 e, este ano, uma nova edição foi lançada. Reconheci o livro pela capa anterior e pelo personagem. O li em 2009 e a história me marcou profundamente.

Como viver eternamente é uma comovente história narrada pelo próprio protagonista. Sam é um garoto de onze anos que sofre de uma doença chamada glóbulos esferoidais, conhecida como leucemia. Ele adora colecionar histórias e fatos fantásticos. O menino não frequenta a escola, ele tem aula particular em sua casa, três vezes na semana. A professora Willis aplica os conteúdos para ele e seu amigo Felix – ambos se conheceram no hospital. Sam passou seis semanas internado e, quando estava passeando pelos corredores, encontrou Felix em sua cadeira de rodas.

A ideia de o garoto começar a escrever um livro surge a pedido de sua professora. Como um bom sonhador em ser cientista, ele deseja escrever sobre perguntas que ninguém sabe responder. Com isso, então, passa a escrever um livro, não voltado à sua doença, mas cheio de pesquisas e histórias curiosas.

O livro tem uma linguagem bem acessível a todas as idades. A leitura é gostosa, fluida e emocionante. A Geração enviou uma embalagem de lenço, juntamente com o exemplar. Certamente, muita gente vai precisar bem mais do que um pacote.

Nicholls toca-nos profundamente com sua obra. Não é um livro que fala da morte, mas trata da vida. Não fala do fim, mas da eternidade. Não foca na tristeza, mas dá lugar a alegria de viver. Sam tinha tudo para chorar, se desesperar e não desejar viver. Porém, ele faz o oposto. Logo no início da obra, ele cria uma lista com oito coisas que deseja fazer.

Um dos itens que mais me marcou foi a simples vontade de Sam querer subir a escada rolante de descer ou descer a escada rolante de subir. Podemos observar isso como algo simples, contudo, para ele requer um grande esforço, tanto físico quanto psicológico. Sua mãe não o deixa sozinho e, para realizar a sua vontade, era preciso convencê-la ou, até mesmo, fazer escondido.

A forma que Sam encara seus obstáculos é magnífica. Ele sabe absorver as melhores lições de tudo que ele vive. Sua mãe é uma grande guerreira, ela é o alicerce de sua família. O pai de Sam é sempre muito calado, mas sofre em silêncio. A dor de ver o seu filho sofrer, sem poder curá-lo, torna-o aparentemente frio. Porém, no decorrer da obra vemos que não é essa a realidade.

O protagonista tem uma irmã chamada Bella, ela tem 8 anos e se mostra muito ciumenta. Enquanto Sam estuda em casa, sua irmã tem de frequentar o colégio todos os dias da semana. Ela quer faltar, mas os pais sempre a proíbem e Bella sempre questiona de um poder e o outro não. Mesmo com esse lado insensível, sua irmã é muito doce e carinhosa, quer sempre o bem do irmão e o ajuda em todos os momentos.

A história é recheada de personagens, alguns supérfluos; porém, outros são tão marcantes que é impossível não se emocionar. A capa da obra é simplesmente linda, a frase da contracapa é bastante reflexiva e marcante. A diagramação é impecável, os detalhes aplicados por Vanderlucio é para colocar muitos diagramadores no bolso. A revisão é perfeita, não notei nenhum erro ortográfico ou algum deslize. Esse livro é recomendado a todo ser humano, basta estar vivo.

Quotes:
“Morrer é a coisa mais boba de todas. Ninguém lhe conta nada. Você faz perguntas, e eles tossem e mudam de assunto” (p.19).

“Por que Deus faz as crianças ficarem doentes?” (p.38).

“Deus é como um grande médico. Faz as pessoas ficarem doentes só para depois fazê-las melhorar – do mesmo jeito que os médicos dão quimioterapia às pessoas para fazê-las melhorar. Não importa para Deus se você morrer, porque você acaba indo para o Céu, que é onde Ele vive, de qualquer maneira” (p.53).

“Não me lembro por quanto tempo nós choramos juntos. Mas me lembro de que, quando paramos, ela me deu um lencinho de papel, e eu enxuguei minhas lágrimas, e ela secou os olhos. Senti o quanto ela queria fazer tudo voltar ao normal, mas não tinha como” (p.134).

Título: Como Viver Eternamente (exemplar cedido pela editora)
Autora: Sally Nicholls
Editora: Geração Editorial
Páginas: 222
Ano: 2014

2 comentários:

  1. Nossa, quando li esse livro achei ele tão bom, mas tão bom que só de ver a resenha já relembrei daqueles sentimentos que ele me despertou. É uma escrita sensível e bonita mesmo. Um tanto triste, mas as lições que ele tem são lindas. E o mais interessante é que não é mesmo um livro sobre morte, mas uma forma de apreciação da vida. Está certo. E acompanhar esse garoto desejando coisas tão simples é de dar um aperto no coração. Faz pensar que a gente devia agradecer pelas coisas mais bobas que tem e pode fazer.
    O final do livro foi o que mais me marcou. Chorei com a forma como foi escrito. É muito bonito e vale a pena a leitura.

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  2. Algumas partes me fizeram lembrar de Suzy e as águas-vivas, já leu? Acho que é essa parte de fazer as pesquisas, além, é claro, de ser narrado por uma criança.
    Pois bem, a premissa é muito bonita e deve mesmo ser muito emocionante, mas justamente por essa relação que fiz com o outro livro, que não foi uma leitura tão boa assim, acredito que no momento eu não leria. Antes de conhecer a Suzy eu queria rs (estranho, né?)
    Beijos

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